domingo, 1 de fevereiro de 2009

"O coração é como o barro"

Hoje é um daqueles dias em que o tempo escorre entre os dedos e as lágrimas pelo rosto abaixo. Não é isto o dilúvio universal que tantas vezes caracteriza os meus Domingos à noite (não gosto de Domingos à noite, nunca gostei, primeiro porque antecedem as ainda mais odiadas Segundas-feiras de manhã; e segundo, porque sempre estiveram associados à partida de pessoas que me fazem falta e que gostaria de ter comigo), mas não deixa de ser aborrecidinho e chatinho e infantilzinho.
Um último esforço na nobreza do estudo, um derradeiro salto na fuga ao precipício do desespero. E o antípoda antídoto, este incontornável conforto encontrado no piano e na hipergrafia. Porém, é tarde…e obriga o respeito e as milenares regras da boa-vizinhança que não se perturbe o divino silêncio nocturno: forço-me a resistir ao convite das teclas brancas e pretas daquela calçada musical onde me é tão agradável passear. E arrasto-me ao que me resta…a escrita, com todas as divagações filosóficas de terceira categoria em que naufrago frequentemente.
Após meia hora de fúria colocada em prosa, preenchendo mais um pouco daquelas “long half written stories” (o que, no meu caso, é literal, dada a estapafúrdia fecundidade criativa que preencheu cerca de dois anos da minha adolescência para depois deixar órfãs tantas obras inacabadas), dou por mim a escrever, como deixa de uma dessas tantas tantas tantas personagens mortas em evolução mas vivas em mim, algo que gostaria de partilhar convosco…

O coração é como o barro. Podemos moldá-lo em mil e uma formas diferentes, é certo.
Mas ele não deixa de ser barro.
Por muito que o trabalhemos, por muito que o transformemos – ou queiramos transformar –, não se tornará em vidro, nem em madeira, nem em metal...

Será sempre barro.


E largando por fim o teclado, fiquei boquiaberta olhando o que escrevera, naquela expressão iluminada de quem encontra por fim alguma coisa que vinha buscando há demasiado tempo.

2 comentários:

Figueiras disse...

Fico contente por me fazeres acreditar que apesar de erros graves vais continuar a gostar de mim e ainda inventas k eu sou inteligent depois de ter lido akele cabeçalho 6574395784 vezes e não ter dado por nada =P
és um amor de pessoa x)

beijo em ti e vê se animas, mulhé**

*rita disse...

x) Claro que continuo a gostar de ti, és uma jóia de rapariga LOOL

E sei que o cabeçalho foi alvo de um lapso, foi distracção (disse-me o mindinho eheheh).


Beijo, pequena ;D