domingo, 16 de novembro de 2008

Mais uma aspirante ao arrebatamento poético

11 de Abril de 2007

Meu coração arde e morre
Num peito que cemitério não poderá ser,
Que estando tão seco e abandonado e sinistro
Nem para campo-santo há-de valer.

Desce o escuro sobre mim
Escuro como os teus cabelos nocturnos,
Meu irmão,
Negro como a tua alma em fúria
Sombrio como o teu capuz de solidão

E na revolta sonoramente silenciosa
Desfaz-se o grito na garganta
Que se cortada fosse
Sangue algum deixaria escapar:

Pois que das lágrimas que chorei
Se me secou o corpo cansado do teu olhar.

Sem comentários: