11 de Abril de 2007
Meu coração arde e morre
Num peito que cemitério não poderá ser,
Que estando tão seco e abandonado e sinistro
Nem para campo-santo há-de valer.
Desce o escuro sobre mim
Escuro como os teus cabelos nocturnos,
Meu irmão,
Negro como a tua alma em fúria
Sombrio como o teu capuz de solidão
E na revolta sonoramente silenciosa
Desfaz-se o grito na garganta
Que se cortada fosse
Sangue algum deixaria escapar:
Pois que das lágrimas que chorei
Se me secou o corpo cansado do teu olhar.
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